sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Aqui jazz (I)

Uma série sobre música. Sobre músicos, melhor. Aqui jazz, em primeiro lugar, porque é aqui. E não que aqui só possam jazer notas de jazz, mas notas de jazz marcam o padrão do que merece estar jazido aqui. Em terceiro, porque já jazem a maior parte dos que me jazzem.

(Por último, porque é o melhor bar da Guarda).

Vamos inaugurar com Eugênio Avelino (nem jaz nem jazz). Mais conhecido por Xangai, que era o nome da gelataria do pai dele em sua cidade natal, em Vitória da Conquista, interior da Bahia, Brasil. No sertão. Parece que todos os discos dele moram na estante lá de casa. Como desconfio sempre de capas a preto e branco, nunca ouvi. Mas devia ter ouvido.

Como quase sempre acho chatas as críticas de musicólogos (muitas palavras), vou tentar deixar apenas a essência. Sim, esta até poderia ser uma série de essências, de dar uma picada para ver se faz reacção. Três músicas, três picadas. Vamos lá.

A primeira coisa que me impressiona em Xangai é a sua aparente imortalidade. Parece que os últimos 20 anos contornaram a sua cara, voz e energia. Um concerto dele é uma experiência brilhante.


E embora Xangai seja mais intérprete do que compositor, parece trazer nas letras da sua voz uma herança de tal forma autêntica que lhe confere uma propriedade histórica arrepiante.


E claro que também escolhe aquela poesia bela e inocente (que imagino cantada com um sorriso no canto da boca) que canta o encanto daquela mulher.


"Um passo formoso é a moça
Uma árvore frondosa
É o seu dorso"

Confesso que começar com música regional brasileira é um movimento egoísta. É também uma picada para ver se outros Mentirosos me brindam com seus jazigos. Seria uma delícia. Na falta de tema ficcional ou construção sobre a realidade, vou-vos apresentando notas que talvez gostem um dia. Ou não.


Até jazz

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