domingo, 3 de julho de 2011

A juventude sai à rua



Parece que não terá sido em vão a palavra do pastor Jerónimo (aqui), e a juventude sai à rua e demonstra o seu descontentamento com as cenas da crise e tal. Cenas como a dívida não é nossa e não a pagamos que se lixem os imperialistas, estamos verdadeiramente à rasca, no desemprego que fique a tua tia pá, gostamos do estado social e dos subsídios de cenas, a culpa é do governo e nós não temos nada a haver com isso, FMI saia daqui.

Parece, inclusivamente, que se cria um determinado espírito de participação cívica e social, onde em consciência a juventude pensa e preocupa-se com todo o panorama nacional, pondera e debate e acciona uma resposta em consequência do que de mau considera que se passa no país. Será, espero, uma viragem no quotidiano do jovem português, e os especialistas apresentaram recentes estatísticas onde se confirma que em média, o jovem português dos 14 aos 18 anos tem passado cada vez menos tempo no facebook e twitter, as audiências dos morangos com açúcar têm diminuído abruptamente e as pools demonstram um cada vez maior interesse com os temas relacionados com política, finanças públicas e governo da nação.

Não. Estou a brincar. São só alguns jovens tristes com a morte inexplicável de um tipo que conduzia a 200 km sem cinto de segurança - um exemplo de integridade, não só na sua hora final, mas como em toda a sua curta existência.



É triste, e não sei se o problema é maior no plano interno ou externo, ficar com mais pena desta imagem do que de quem teve o que estava mesmo a pedi-las, desculpem a brutidão.

A propósito, o Duarte Marques deixou-me triste (aqui). Acesso a informação não é o mesmo que estar ou ser informado - e não vejo uma fotografia muito simpática em relação à qualidade do conteúdo consumido por esta cambada, desculpem a descrença. Dar acesso ao voto a jovens é perigo, quer em termos da qualidade da campanha que lhes seria direccionada ("podes usar o papelzito com a cara dos gajos como mortalha") quer em termos da onda populista que levantaria. Má ideia.

Aos nossos jovens de 16 anos em não confiava o meu cão para passearem.
E não tenho cão.

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