sábado, 22 de janeiro de 2011

As presidenciais e a abstenção

A Sábado faz esta semana, na minha opinião, um resumo muito bom das presidenciais em geral e da campanha em particular, como se pode ver na imagem abaixo:

Porque é que você deve ir votar:
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Porque é que você não deve ir votar:
1. Porque Cavaco Silva só falou agora dos defeitos do Governo, que ajudou a esconder durante anos, tornando-se cúmplice silencioso dos erros políticos.
2. Porque acha que é tão superior aos eleitores que entende não ter de dar explicações sobre as suas ligações ao BPN.
3. Porque não consegue ser claro sobre a forma como pretende aplicar os seus poderes no segundo mandato, se protegendo o Governo até ao limite do tolerável se despedindo o primeiro-ministro até à primeira oportunidade.
4. Porque fala genericamente dos sacrifícios que os portugueses terão de fazer no futuro, mas aproveitou todas as oportunidades para, durante a campanha, criticar os cortes na função pública, ajudando assim a perpetuar a ideia de que a crise se resolve não mudando nada de substancial.
5. Porque Manuel Alegre não conseguiu sair dos anos 70 e, por isso, acha que estas eleições são “uma luta de vida ou de morte para a democracia” e insiste em apresentar como o principal ponto do seu currículo o facto de ser um “velho resistente “antifascista”.
6. Porque tenta convencer os eleitores os eleitores de que o recurso ao FMI é uma espécie de invasão militar estrangeira e não o último recurso dos países pobres e incompetentes
7. Porque nem sequer consegue explicar os detalhes das suas relações com o BPP.
8. Porque Fernando Nobre é o continuador da triste tradição portuguesa dos homens puros que querem entrar na política apesar de dizerem que odeiam a política.
9. Porque nem sequer consegue articular duas frases coerentes a explicar o que pensa e o que quer – se é que quer ou pensa alguma coisa.
10. Porque usa o seu trabalho numa ONG como medalha moral que supostamente o coloca acima dos outros candidatos.
11. Porque usa a palavra “cidadania” a cada três frases.
12. Porque Francisco Lopes se limitou a fazer o percurso pelos enclaves operários clássico dos comunistas, com a indignação clássica dos comunistas e com a demagogia clássica dos comunistas
13. Porque Defensor Moura resumiu o seu programa a três frases sobre o BPN.
14. Porque José Manuel Coelho tem como único programa político humilhar publicamente os adversários, mas nem isso consegue fazer.

Conclusão: A classe política portuguesa gosta de falar da abstenção como se fosse um crime político cometido por preguiçosos que acham indiferente viver em democracia ou em ditadura. Obviamente, é mentira.

2 comentários:

  1. Toca a sair do quentinho e ir colocar o Coelho na cartola!

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  2. Caro anónimo, espero que o seu voto tenha sido um acto útil.

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