terça-feira, 9 de novembro de 2010

uma questão de linguística

Ah, entendi. Ou acho que entendi, vejamos: Eu sei, ou sabemos, que as notícias de greves que nos chegam são facciosas, que são a ponta violenta e sensacionalista de um iceberg pacífico. Como tenho consciência disso, quando me perguntarem se a greve em Portugal deveria ter expressão nas ruas, como no resto da europa, só tenho é que dizer que não... porque sei que a consciência colectiva não sabe o que eu sei. Isto é, no meu entendimento, os exemplos gregos e franceses são bons, só não os posso é referir em Portugal.


Então, se eu responder (a) “não, não devia haver acções de rua”, estou a responder segundo o que, à partida, deixa tranquila a ideia top-of-mind. E por isso estou a ser correcto.

Mas eu acredito que a melhor forma de, no fim do dia, calar o duelo de percentagens de adesão, é ter grande parte dos grevistas na rua, e passar do estatístico ao factual. No entanto, se responder (b) “sim, acho que a greve devia ter expressão nas ruas como no resto da europa”, porque de facto sei que essa expressão no resto da europa é no seu grosso pacífica, estou a ser errado.


Na hipótese (a) dou a resposta que vai contra aquilo em que acredito e de encontro ao menos escandaloso. Na hipótese (b) dou a resposta que sei ser a que se coaduna com a realidade europeia, que sei ser a que melhor serve os propósitos reindivicativos da greve, e que sei que, por estarmos na dimensão errada em termos de midia, pode ser um mau exemplo e causar alguns anti-corpos. Álguem sabe o que traduziria escolher a resposta (b)? O Felipe sabe, responde nas últimas três palavras do seu último post.


-Achas que os exemplos que Pairam no ar, acerca da França e da Grécia são bons exemplos?

-Não

-Concordas que o que Paira no ar corresponde à Realidade desses países?

-Não

-Então, vais entrar no jogo da mediatização da infinitésima quota de acções violentas desses paíeses?

-Não

-Sendo assim, sentes-te na legitimidade de escolher como referência esses países?

-Sim

-Obrigado por esta entrevista fernando.

-De nada fátima.

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