segunda-feira, 8 de novembro de 2010

extrema violência (ou, por falar em populismo)

carro vandalizado

violência extrema (na óptica da bolacha)

manifestantes franceses apanhando balanço para partir alguma coisa


dona alzira com um rocket artesanal


punho ameaçador. nao me lixem, tenho a certeza que a gaja vai mesmo bater em alguém!


estudante grego agredindo polícia.


acção armada do bloco, pelas ruas de lisboa




o sensacionalismo vende. e, como me parece óbvio, a acção violenta é sensacionalista. se numa manifestações que junta centenas de milhares de pessoas, vinte são detidas por actos violentos, é justo dizer-se que existiu uma manifestação violenta? os exemplos frances e gregos são diferentes dos exemplos franceses e gregos que a televisão nos mostra. e aí permitam-me que cite o André, quando este cita o Daniel Oliveira:

4. “O que aparece sempre nas televisões é o carro a ser incendiado, mas o que está a acontecer em França são paralisações de enormes dimensões e manifestações pacíficas de milhões de pessoas. Os carros é um pormenor mediático!”


Um exemplo paradigmático:


Título: detidas 18 pessoas após violentos incidentes em manifestações

"SAINT nazaire , França, 16 Out 2010 (AFP) -A polícia francesa deteve 18 pessoas, entre elas 10 menores, após confrontos entre jovens manifestantes e forças de ordem, este sábado, no porto de Saint Nazaire (noroeste) depois da manifestação contra a reforma das aposentadorias. (...)"

últimas duas linhas:

"(...)
A manifestação contra a reforma das aposentadorias, da qual participaram 18 mil pessoas, segundo os sindicatos, e sete mil, segundo a polícia, havia transcorrido sem incidentes."

fonte:UOL

aposto que não são poucos os jornais, onde é possível encontrar exemplos parecidos. O que faz a notícia supracitada? A manifestação com 18 mil pessoas ou os actos de 18 após essa manifestação ter ocorrido? deleitem-se até com a incongruência entre título e corpo da notícia, onde no título se fala em "incidentes EM manifestação" e na notícia em "confrontos DEPOIS da manifestação".

Para mim, e parece que isso se afasta mais do senso-comum do que do óbvio, o que deu forma à acção de rua foi uma manifestação sem incidentes, com 18 mil pessoas. mas isso, pelos vistos, é só para mim.

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