terça-feira, 6 de abril de 2010

A mentira sobre o Caso Leandro. Pobre Leandro.

Antes destas notícias de hoje do Jornal i e do Jornal de Notícias, Miguel Sousa Tavares 12 dias atrás já dizia:

1. Confesso que não entendo como é que todos fomos enganados pela morte do Leandro. Todos, eu incluído. Todos engolimos sem pestanejar a primeira e 'definitiva' versão que nos foi apresentada pela imprensa para a morte do jovem de doze anos, apresentado como exemplo limite das consequências do bullying. A saber: a) que Leandro, farto de ser sovado e maltratado pelos colegas da escola; b) por quem já havia sido seriamente espancado um ano antes; c) e incapaz de se defender; d) saiu pela porta principal da escola de Mirandela que frequentava, sem que ninguém o interceptasse, e declarando "não aguento mais, vou-me atirar ao rio": e) o que fez, suicidando-se no Tua; f) sem que a escola tenha tido depois uma só palavra para com a família. Ora, segundo o "Diário de Notícias" desta terça-feira, citando fontes da escola e da PSP e amigos e testemunhas do acto de Leandro, o que realmente terá acontecido foi: a) Leandro era, ele próprio, um miúdo dado a provocações e confrontos, o que terá estado na origem do incidente ocorrido há um ano, quando insultou outros alunos; b) os quais, aliás, não eram da sua escola, mas sim de outra escola de Mirandela; c) no dia fatal, não saiu da escola pela porta da frente, que estaria sempre vigiada, mas sim através das grades exteriores; d) não se quis suicidar, mas apenas tomar banho no rio, tendo sido levado pela corrente; f) e logo no dia seguinte o presidente do conselho executivo da escola falou com a mãe de Leandro, dando-lhe os sentimentos e colocando-se à disposição dela. Ou seja: a fazer fé na segunda e corrigida versão, todos fomos levados ao engano. E porquê? Pois, o que dói é a resposta a esta pergunta.
Fomos levados ao engano, porque a nossa imprensa, quase toda, vive à procura de sangue, escândalos, tragédias ou heróis. E porque, entre procurar a verdade da história além das aparências, esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões, ou optar logo pela versão mais trágica e chocante, escolheu esta sem hesitar.

4 comentários:

  1. ja escrevias era alguma coisa em vez de so copiares noticias

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  2. semana atras de semana sem material proprio.
    tambem leio o jornal

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  3. Também podes ler outros blogs meu caro anónimo, se não te agrada o que aqui encontras - que é, digamos, precisamente o que achamos que deverá ser encontrado.

    Ou aproveitar a quadra e ler a bíblia. Cheia de aventuras, acção, mortes, traição... um verdadeiro thriller. E não vem no jornal.

    Cumprimentos.

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  4. É verdade. Sou um sem personalidade jurídica. Esta a semana vou tirar um curso de jornalista para ganhar confiança e atrevimento para ter material próprio. E para a outra a ver se tiro um mestrado de cronista, só para me sentir mais seguro quando andar na rua. Obrigado pelo conselho. Volte sempre.

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