domingo, 18 de abril de 2010

manel cruz ao vivo

Há umas horas estive a ver o Manel Cruz fazer música, e sem querer que a mentira vire blitz, vou dizer qualquer coisa acerca do concerto supracitado. Conhecem-no dos Ornatos, ou dos Pluto, talvez não tanto dos Supernada. Como foge foge bandido, anda agora por aí fazer o que bem faz. Lançou um livro com cd (podia lançar um cd com livro, mas, e especulo nas causas, os livros pagam menos IVA). No TMG, começou com 'borboleta', provavelmente uma das música mais famosas de entre as que constam do seu recente trabalho. Esperar-se-ia que depois de um tão alto começo, intensidade tal não voltasse a ser recuperada: assim não foi. Encontramo-la em 'canção segredo' em 'canção da canção triste', na boa disposição de 'Eleva' (em que se faz música a partir de um uma sessão vulgar de igreja universal do reino de deus) e em tantas outras.Do que senti, posso dizer que houve um maestro-cientista e um ambiente de laboratório musical. Criou-se música. Experimental talvez, não obstante, com musicalidade característica de trabalhos exprimentados e re-exprimentados. Vários estilos. De músicas para músicas, talvez fosse possível fechar os olhos e pensar que as bandas mudavam, não fosse o fio condutor: a mestria do manel. Há ainda a letra, a qual a qualidade da música não consegue ofuscar. Podíamos dizer que sons e palavras se relacionam em simbiose, mas quem ganha com a relação somos nós. Acabou com a 'quem sabe', e a ovação da plateia respondeu em pé: não fujas bandido.

4 comentários:

  1. este e sem duvida o pior concerto documentado de sempre

    ResponderEliminar
  2. Em Paredes de Coura não tocou a Borboleta porque estava a tornar-se tão comercial que já não gostava dela. Isto diz muito sobre a noção de música deste senhor. Aliás, deste Senhor.

    ResponderEliminar
  3. "Lançou um livro com cd (podia lançar um cd com livro, mas, e especulo nas causas, os livros pagam menos IVA)"

    A vida não está fácil nem para os bons artistas.

    ResponderEliminar