terça-feira, 10 de novembro de 2009

“O «Zé Pagante» paga tudo. Mas tudo!”

Deixo-vos um artigo de opinião de Camilo Lourenço ao Jornal de Negócios publicado no dia 3 de Novembro de 2009 (terça-feira) sobre mais um caso «bicudo» (como diria um professor meu): “O «Zé Pagante» paga tudo. Mas tudo!”

“Fez ontem [2 de Novembro de 2009] um ano que o Governo nacionalizou o Banco Português de Negócios. Vamos deixar de lado a discussão quase académica de saber se deveria ter havido nacionalização: a desconfiança em relação ao sistema financeiro era tanta que, se o Estado não agisse, havia risco de corrida aos depósitos e aí todos os bancos, bons e maus, cairiam no mesmo saco. Mas há uma discussão que não é nada académica: o custo da nacionalização para o erário público.
Na altura Fernando Teixeira dos Santos estimou o buraco do BPN em qualquer coisa como 700 milhões de euros. Também na altura dissemos que dificilmente a «brincadeira» sairia por menos de 1400 milhões de euros. Valor que o tempo se tem encarregado de tornar pequenino…
Mas, se existe uma consciência difusa de que o buraco atinge valores obscenos, continuamos sem saber qual o «preço certo». Teixeira dos Santos mantém-se «prudentemente» silencioso. Francisco Bandeira, a pessoa que a CGD lá colocou para dar a volta ao problema, vai dizendo umas coisas… mas também não arrisca valores. Ontem, em entrevista à TSF (sem gravação), deu a entender que a factura para o contribuinte não vai ser pequena.
O mínimo que se pode dizer sobre este processo é que é uma vergonha. Doze meses é tempo suficiente para se saber qual a dimensão do buraco do BPN. E de informar cada contribuinte sobre quanto vai pagar pelo facto de a supervisão ter falhado. Não é por nada… mas quem paga tem o direito de saber quanto. Mesmo quando não tem hipótese de questionar o preço.”

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