sexta-feira, 17 de abril de 2009

A crise que também é de hoje





"Recusávamos também uma Universidade tecnocrática, que abdicasse de ser um centro humanista e autónomo de investigação", disse.
Segundo o antigo dirigente afecto à corrente do Conselho das Repúblicas, cuja lista encabeçada por Alberto Martins venceu as eleições da AAC, pouco antes da Crise, "a Universidade fascista está hoje afastada".
"Mas está em campo o segundo obstáculo contra o qual lutávamos: uma Universidade em que o saber é visto como uma mercadoria ao serviço da vertigem económica e financeira global, de acordo, aliás, com as concepções do Banco Mundial", acentuou.


in Jornal de Notícias

Se passaram 40 anos e parece que foi ontem, resta trabalhar para que tais tempos passados fiquem onde devem ficar: na história.
Espero um dia rir-me da altura em que se tentou mercantilizar a todo o custo a educação, elitizando o acesso ao ensino e permitindo a progressiva entrada de empresas privadas na gestão das instituições. Espero troçar da triste época em que trocar a ciência e procura de saber pela tecnocracia e robotizarão era um hábito e uma ferramenta dos que viam nas universidades única, e exclusivamente moldes de mão-de-obra ou viveiros de formigas, pré-determinadas a encher o celeiro de duas ou três cigarras doutoradas em usurpação.

Hoje, ainda não posso (rir-me), tanto que está a chegar o prazo de pagamento da segunda prestação da propina.

PS. Hoje, na mesma Coimbra, deixaram de ser servidas refeições na cantina social da faculdade de economia, por falta de condições materiais. A alternativa, é agora almoçar por 6 euros no bar mais próximo.

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