quarta-feira, 25 de março de 2009

eduquem-nos


Hoje é dia do estudante. Ou seria, se não passasse já da meia noite. Pormenores horários à parte, o blog empobreceria se não houvesse da sua parte uma palavra a opinar acerca estado da educação, das instituições e do estudante...
Será bandeira e hino deste post, o pressuposto: A educação, mais que um meio para atingir um fim, é a base e estrutura a partir da qual se erguem os alicerces da sociedade. Talvez palavras demasiado perfumadas para dizer que a educação é “importante cumó caraças”...
O processo educativo molda os indivíduos de forma a encaixar e serem parte integrante de um colectivo. Colectivo esse que será a mão de obra activa, e, daí, legislador e executor das directivas que visam reger toda a linha de orientação da população. (Como em democracia se sabe, todo e cada um é parte de tal colectivo. Logo, esse colectivo não é mais que toda a própria população.) Neste sentido, julgo que é óbvio antever, que o que se pode esperar da sociedade daqui a vinte ou trinta anos, não é mais que o reflexo do que hoje em dia se adquire nas instituições de ensino. Tenho medo, medo que tais anos vindouros sejam a selva competitiva que me parecem ser hoje as universidades. Medo que se estejam a criar protótipos robotizados única e exclusivamente moldados para um determinado fim, demasiado específico, de onde, de tal especificidade, demasiado drástica, não reste espaço ou capacidade para ter um olhar crítico (e porque não criativo) acerca de temas que fujam um milímetro ao espectro para o qual se foi programado. Não sei se me agrada mais a evolução tecnológica desmesurada (fruto de tal especialização da população, é certo), ou uma evolução humana, cultural, cívica, no fundo, mais sustentável.
O segundo ponto, se é que já houve um primeiro, será acerca do acesso ao ensino superior. Falo do que sei, ou antes, falo do que atravessei. É puro engano sucumbir ao facilitismo em detrimento de simples estatísticas. As boas estatísticas, essas deveriam recair sobre a qualidade de ensino e os conhecimentos efectivos do aluno e não, ser utilizadas como instrumento demagógico ou sinal do “está tudo a correr ás mil maravilhas”. Falo concretamente dos exames de acesso ao ensino superior. Talvez fosse boa política seleccionar os alunos pelo seu esforço e rendimento escolar e não tanto pela capacidade (ou falta dela) económica para prosseguir nos estudos.
Seria indispensável falar sobre Bolonha. Seria sim... Peco por não estar tão bem informado assim acerca do tema. Julgo que essa questão faria mais sentido ser tratada se fosse eu um aluno de há vários anos no ensino superior e tivesse sentido na pele a transição. Como não experimentei o antes de Bolonha, qualquer comentário meu será meramente teórico. Não irei entrar por aí. No entanto, parece ser um bom processo (o de Bolonha), quando lida a apresentação no site governamental acerca do tema. Até se lê, a certa altura: Maior envolvimento dos estudantes na gestão das instituições de Ensino Superior; como consequência de Bolonha...
Enfim, fico-me pela amargura de ler por vezes um ou outro “procura-se licenciado pré-Bolonha”.
Gostava de falar sobre tanta coisa, se não tivesse que ir estudar... Não me interpretem mal o dramatismo, sou um privilegiado. Com testes para fazer, embora...
PS. Da importância que revesti e revisto a educação, atrevo-me a dizer, que todos a devíamos ter. Ser bem-educados, entenda-se...
PS Ponha o dedo no ar, quem, dos poucos que chegaram ao fim, lhe pareceu um texto sem punchline ou final trágico. Enfim, tentei incutir o género “No country for old man”. E aproveitando a boleia digo, além de não ser para velhos, este país também não está nada bem para os jovens ;)

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