domingo, 29 de março de 2009

como perder tempo a falar dele

Acabei de adiantar o relógio uma hora. Custou, assemelhou-se demasiado a uma hora que ficou por viver. Talvez não tenha sido tão penoso e seja apenas poético dize-lo. Em todo o caso, dá que pensar, quanto não darei mais tarde, por esta hora que se perdeu numa simples aritmética de arredondamento burocrático.
Falta tempo a toda a gente (incluindo à selecção, no jogo de hoje).

Aos mendigos desse Chiado, malabaristas de porta de igreja ou guitarristas de escadas de metro, tenho-lhes a inveja. Invejo-lhes a coragem, e cobiço-lhes o tempo. Se tempo é dinheiro, talvez sejam eles os mais ricos. Gastamos o tempo de uma vida a lutar para ter condições de gozar sei lá eu que outro tempo. Eles, simplesmente saltam o meio e gozam (aspas, na generalização de gozam) logo o fim. (gostava de não usar tanto a palavra tempo, mas faltam-me os sinónimos.)
Filosofias à parte... o tempo está em todo lado. Para meu espanto, descobri numa cadeira de física deste semestre, que o tempo está mais na distância do que julgamos. Nada de melodramatismos do tipo "falta tanto tempo para estarmos juntos outra vez querida"... Simplesmente, descobri que o metro se mede com base no segundo. Pois, um metro é, dizem eles, a distância que a luz percorre no vácuo em 1/299.792.458 segundos. Engraçado...

1 comentário:

  1. A riqueza, de forma e conteúdo, que se acha neste blogue de gente tão nova e pensante faz me acreditar que a nossa geração não é indolente e passiva como a acusam.
    A ti Fernando, mais um bom texto sobre um bom tema, universal e "intemporal"=).

    A razão, mais do que dos inteligentes, está do lado dos felizes. Disseram me uma vez a meio de um sorriso "Só perdi tempo a ganhar dinheiro". Acreditei.

    Sofia

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