segunda-feira, 30 de março de 2009

banalidades

" Querida, fofa, como vai a menina? sente-se, tomamos já um café!"
ela sustem-se. porra, tanto tempo sem a ver e logo hoje que ela tá atulhada de trabalho decide aparecer. Pronto, só um café.
"Claro quiduxa, nem eu tomaria mais! Mas conte, onde vai a menina?"
reuniões, trabalho, estava atulada, nem sabia por onde começar.
"Mas a menina anda metida na política?"
É, também. agora até andava com uns problemas com a direita.
"Ah, nem me diga, eu também. olhe que ando no ginásio há meses e parece sempre que a perna direita está um pouco mais flácida, não sei que será. Mas diga-me, como vai o seu marido?"
vai bem.
"bem quida? que é isso? confiança! anda a desprezar a cama...."
Não, na verdade até estava grávida.
"NÃO!"
sim, tentaram durante meses e
"Que burrice quiduxa, que foi fazer??!!??"
ora tia, era um sonho..
" Um sonho, tá a gozar comigo linda! então acha que isso a vai fazer feliz?"
claro
"Tá doida amorzinho! Olhe para si, vai ficar um elefante!"
ora, por amor de deus tia
"Oh mas é claro que sim!"
silêncio
"Já sei, vai abortar!"
ora tia
"É a única solução. votei sim no referendo porque acho que todas as mulheres têm direito a ser lindas a vida toda!"
ora, que disparate
"não é nada amor, vai ver se ele gosta de si depois, vai ser adultério de certeza!"
"Aborto, agora mesmo, a menina vem comigo à clínica e é hoje!"
levantou-se, estava muito feliz, obrigada!
e saiu
"ora, temos uma coisa tão útil como o aborto e desperdiçamos o direito que até o estado nos dá. pobrezita. quero ver como vai reagir quando a amante sugar o dinheiro todo do marido."

p.s: conversa de minuto e meio que ilustra o vazio do pensar de três quartos da população portuguesa. o quarto restante funciona a meio gás. para aí dez devem merecer uma performance 100%. espero um dia poder aumentar esse nº =P

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